Precisa-se matéria prima, sim, mas VIVA E PULSANTE!!!! (última versão)
Pensando no que João Ubaldo escreveu em
"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País" (após ler prazerosamente sem me chatear) e lendo outros tantos artigos, estava aqui matutando sobre nossos problemas nas escolas. Vamos primeiro aos fatos:
Essa semana ou na passada (os acontecimentos se sucedem com tanta velocidade que não consigo mais fixá-los no tempo) um transeunte foi assaltado e agredido por um aluno da minha escola (de menor: uns 16 aninhos). A vítima teve sua cabeça rasgada e levou 40 pontos. Isso aconteceu no turno vespertino, horário em que o meliante deveria estar dentro da escola.O agressor foi pego em flagrante, foi solto e retornou à escola como se nada tivesse acontecido. É inimputável, segundo o ECA. Esse mesmo aluno já me ameaçou, não sei quantas vezes, muitas registradas, outras ignoradas. Por enquanto, ele só “ladra” e quando resolver morder será um abraço de urso. O “bom samaritano” passa a mão nas genitálias das meninas na nossa frente, vive levando coisas ilegais nas escolas (drogas, etc.), alicia vários outros, não permanece em sala de aula, etc. Só foi embora, no último dia, saltando o muro da escola, quando soube que estava jurado de morte pela turma de amigos daquele a quem agrediu. Já devolvemos ele, inúmeras vezes, ao Conselho Tutelar, ao Juiz, à Regional e eles sempre mandam de volta.
Apesar de lidar com o aluno acima, com o rigor que meu papel de professor e educador exige, eu duvido que ele se sinta hoje atraiçoado por mim. Ele bem sabe que fizemos tudo ao nosso alcance para fazê-lo mudar e fomos francos com ele. Há muito que ele sabe que o melhor a ser feito, é tirá-lo do nosso convívio e colocá-lo em um outro tipo de tutela que garanta sua integridade e as condições de se recuperar. Mas, esse lugar, não querem mais que exista e o pobre do aluno terá aguardar virtualmente recluso na escola o momento em que perceberá o quão falsa é a proteção de seus frágeis muros, e se não acontecer coisa ainda pior, terá o destino daqueles nossos alunos que, em 2004, foram barbaramente assassinados. Digo “ainda pior” porque ele já declarou que se for pego, não irá sozinho!!!!
Outro fato: o Gerente da nossa Regional reuniu-se com os professores do turno noturno que está perdendo alunos do ensino médio por não poder abrir mais turmas e pela má fama que a escola vem adquirindo por viver sufocada com a violência que “pipoca que nem estivesse em panela quente”. Ele ameaçou (sim, ameaçou !!!) fechar o turno noturno da escola, se esse não aceitar ser um local privilegiado que receberá grande parte dos alunos em liberdade vigiada da região. Em contrapartida, pela forçosa “livre espontânea” aquiescência de nossos docentes, a regional dispensará o mesmo tratamento e acompanhamento, especial, descrito acima. Um tratamento omisso e apócrifo que se tornou a característica mais marcante dessa administração petista.
É esse mesmo gerente quem me advertiu e descontou uma semana de salário, por eu ter ido ao Chile (com meu dinheiro) apresentar um trabalho meu em um congresso e em acordo com a escola (deixei material e só cometi o erro de não fazer o pedido ao colegiado e registrar em ata). Ele, na época, omitiu que eu tinha esse direito e negou que ele existisse, apesar de eu insistir, incrédulo. No ano seguinte fui a Bahia fazer a mesma coisa e por ter me garantido, nada me aconteceu. É ele quem me armou a arapuca para que eu saísse em novembro da dobra, sabendo de uma recente interpretação maldosa e de má fé do nosso estatuto, para que descontassem, mês a mês, o 13º salário que foi pago, segundo eles, indevidamente! Esse gerente é cúmplice de ambos assaltantes: do aluno menor infrator e da administração delinqüente do PT na PBH.
É assim que o Partido dos Traidores agem: uma vez no poder, mudam as regras. Negam até meus direitos. O que eles consideravam inalienável ou uma forma de reivindicação legítima, assegurada pela lei e constituição, agora é só papel que nada vale.
Contudo, faremos valer o que está nesse papel e, então, veremos até que ponto eles irão. Ainda se pode construir um regime jurídico sólido , João Ubaldo, porque existem pessoas íntegras. Não estou falando dessas que apenas posam como defensoras dos direitos dos “despossuídos”. Essas são petulantes, escondem sua incompetência, tomam atitudes sem o devido bom senso, razoabilidade e presença de espírito. Não sabem exercer, com discernimento, o cargo a elas confiado pela instituição, pois são obtusas, já que sua formação ética, moral, ideológica e até formal é completamente falha e viciada. São incapazes de formar um juízo independente e arrazoado dos fatos e das idéias. Submetem-se aos ditames e dogmas do partido para se protegerem, incapazes que são de argumentar e de estabelecer uma relação de convivência democrática com outras correntes e formas de pensar. Seu único objetivo é calar as correntes divergentes. Acabam por darem um tiro no pé, pois são essas divergências que permitem que o sistema se aperfeiçoe.
É por isso que a Escola Plural está insolvente. Para se defender do monstro que criaram, os gestores da SMED e regionais recuaram para antes de onde modelo começou. Estão acuados, exigindo, quando é interessante, que se cumpra apenas o tempo do aluno. A falta de professores, as reuniões indispensáveis para a solução dos problemas desse modelo de escola e a qualidade do ensino, também responsabilidade deles, nem entra mais nessa equação. Os técnicos do NAVFE não fazem um levantamento desses aspectos. Eles fazem as contas e fecham turmas e deixam os professores à disposição sem nada fazer. A escola que opta por buscar alguma qualidade, terá que fazê-lo voluntariamente, sem pagar seus profissionais, obrigando-os a trabalhar de graça, em hora extra, ou a preço de um abono insuficiente, indecente e ilegal.
É uma escola de faz de conta, senhor João Ubaldo, que pune quem faz, quem se indigna, quem pega o touro pelo chifre. Os Juízes, os administradores, os Conselhos Tutelares que não estão, minuto a minuto, ao vivo, lidando com o problema, nos julgam sumariamente, jogam de volta o problema e nos tiram a legitimidade e até mesmo a credibilidade para resolvê-lo. A escola tem autonomia só pra cumprir ordens.
Temos sim, de nos espelhar em nós mesmos, João, mas como fazê-lo se o espelho em que me miro é meu anverso, está em cacos, reflete uma imagem completamente distorcida de mim, professor. Quanta culpa ainda terei de carregar por ser o mais recente marginalizado dessa nova sociedade, excluído enquanto professor e educador!?
Só espero que o recente falecimento de meu pai, que me deu mais um anjo da guarda, traga apoio do além para operar mudanças nos que me cercam e também nos que me apunhalam. Ele me inspira e estou cada vez mais convicto da minha missão.
Porém, eu não quero ser um mártir só para ter a “consciência limpa”. Sou um homem da história, o melhor homem que posso ser (VIVO), merecedor da família da qual o João fala, mas que ainda não pude dar prosseguimento. É preciso mesmo que se volte os olhos para mim mesmo, mas sem me cegar ingenuamente por não estar alerta para o que acontece no meu entorno, os fatos da sociedade em que vivo. Senão for assim, de que valerá a minha reflexão? Pensemos nisso, também.
"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País" (após ler prazerosamente sem me chatear) e lendo outros tantos artigos, estava aqui matutando sobre nossos problemas nas escolas. Vamos primeiro aos fatos:
Essa semana ou na passada (os acontecimentos se sucedem com tanta velocidade que não consigo mais fixá-los no tempo) um transeunte foi assaltado e agredido por um aluno da minha escola (de menor: uns 16 aninhos). A vítima teve sua cabeça rasgada e levou 40 pontos. Isso aconteceu no turno vespertino, horário em que o meliante deveria estar dentro da escola.O agressor foi pego em flagrante, foi solto e retornou à escola como se nada tivesse acontecido. É inimputável, segundo o ECA. Esse mesmo aluno já me ameaçou, não sei quantas vezes, muitas registradas, outras ignoradas. Por enquanto, ele só “ladra” e quando resolver morder será um abraço de urso. O “bom samaritano” passa a mão nas genitálias das meninas na nossa frente, vive levando coisas ilegais nas escolas (drogas, etc.), alicia vários outros, não permanece em sala de aula, etc. Só foi embora, no último dia, saltando o muro da escola, quando soube que estava jurado de morte pela turma de amigos daquele a quem agrediu. Já devolvemos ele, inúmeras vezes, ao Conselho Tutelar, ao Juiz, à Regional e eles sempre mandam de volta.
Apesar de lidar com o aluno acima, com o rigor que meu papel de professor e educador exige, eu duvido que ele se sinta hoje atraiçoado por mim. Ele bem sabe que fizemos tudo ao nosso alcance para fazê-lo mudar e fomos francos com ele. Há muito que ele sabe que o melhor a ser feito, é tirá-lo do nosso convívio e colocá-lo em um outro tipo de tutela que garanta sua integridade e as condições de se recuperar. Mas, esse lugar, não querem mais que exista e o pobre do aluno terá aguardar virtualmente recluso na escola o momento em que perceberá o quão falsa é a proteção de seus frágeis muros, e se não acontecer coisa ainda pior, terá o destino daqueles nossos alunos que, em 2004, foram barbaramente assassinados. Digo “ainda pior” porque ele já declarou que se for pego, não irá sozinho!!!!
Outro fato: o Gerente da nossa Regional reuniu-se com os professores do turno noturno que está perdendo alunos do ensino médio por não poder abrir mais turmas e pela má fama que a escola vem adquirindo por viver sufocada com a violência que “pipoca que nem estivesse em panela quente”. Ele ameaçou (sim, ameaçou !!!) fechar o turno noturno da escola, se esse não aceitar ser um local privilegiado que receberá grande parte dos alunos em liberdade vigiada da região. Em contrapartida, pela forçosa “livre espontânea” aquiescência de nossos docentes, a regional dispensará o mesmo tratamento e acompanhamento, especial, descrito acima. Um tratamento omisso e apócrifo que se tornou a característica mais marcante dessa administração petista.
É esse mesmo gerente quem me advertiu e descontou uma semana de salário, por eu ter ido ao Chile (com meu dinheiro) apresentar um trabalho meu em um congresso e em acordo com a escola (deixei material e só cometi o erro de não fazer o pedido ao colegiado e registrar em ata). Ele, na época, omitiu que eu tinha esse direito e negou que ele existisse, apesar de eu insistir, incrédulo. No ano seguinte fui a Bahia fazer a mesma coisa e por ter me garantido, nada me aconteceu. É ele quem me armou a arapuca para que eu saísse em novembro da dobra, sabendo de uma recente interpretação maldosa e de má fé do nosso estatuto, para que descontassem, mês a mês, o 13º salário que foi pago, segundo eles, indevidamente! Esse gerente é cúmplice de ambos assaltantes: do aluno menor infrator e da administração delinqüente do PT na PBH.
É assim que o Partido dos Traidores agem: uma vez no poder, mudam as regras. Negam até meus direitos. O que eles consideravam inalienável ou uma forma de reivindicação legítima, assegurada pela lei e constituição, agora é só papel que nada vale.
Contudo, faremos valer o que está nesse papel e, então, veremos até que ponto eles irão. Ainda se pode construir um regime jurídico sólido , João Ubaldo, porque existem pessoas íntegras. Não estou falando dessas que apenas posam como defensoras dos direitos dos “despossuídos”. Essas são petulantes, escondem sua incompetência, tomam atitudes sem o devido bom senso, razoabilidade e presença de espírito. Não sabem exercer, com discernimento, o cargo a elas confiado pela instituição, pois são obtusas, já que sua formação ética, moral, ideológica e até formal é completamente falha e viciada. São incapazes de formar um juízo independente e arrazoado dos fatos e das idéias. Submetem-se aos ditames e dogmas do partido para se protegerem, incapazes que são de argumentar e de estabelecer uma relação de convivência democrática com outras correntes e formas de pensar. Seu único objetivo é calar as correntes divergentes. Acabam por darem um tiro no pé, pois são essas divergências que permitem que o sistema se aperfeiçoe.
É por isso que a Escola Plural está insolvente. Para se defender do monstro que criaram, os gestores da SMED e regionais recuaram para antes de onde modelo começou. Estão acuados, exigindo, quando é interessante, que se cumpra apenas o tempo do aluno. A falta de professores, as reuniões indispensáveis para a solução dos problemas desse modelo de escola e a qualidade do ensino, também responsabilidade deles, nem entra mais nessa equação. Os técnicos do NAVFE não fazem um levantamento desses aspectos. Eles fazem as contas e fecham turmas e deixam os professores à disposição sem nada fazer. A escola que opta por buscar alguma qualidade, terá que fazê-lo voluntariamente, sem pagar seus profissionais, obrigando-os a trabalhar de graça, em hora extra, ou a preço de um abono insuficiente, indecente e ilegal.
É uma escola de faz de conta, senhor João Ubaldo, que pune quem faz, quem se indigna, quem pega o touro pelo chifre. Os Juízes, os administradores, os Conselhos Tutelares que não estão, minuto a minuto, ao vivo, lidando com o problema, nos julgam sumariamente, jogam de volta o problema e nos tiram a legitimidade e até mesmo a credibilidade para resolvê-lo. A escola tem autonomia só pra cumprir ordens.
Temos sim, de nos espelhar em nós mesmos, João, mas como fazê-lo se o espelho em que me miro é meu anverso, está em cacos, reflete uma imagem completamente distorcida de mim, professor. Quanta culpa ainda terei de carregar por ser o mais recente marginalizado dessa nova sociedade, excluído enquanto professor e educador!?
Só espero que o recente falecimento de meu pai, que me deu mais um anjo da guarda, traga apoio do além para operar mudanças nos que me cercam e também nos que me apunhalam. Ele me inspira e estou cada vez mais convicto da minha missão.
Porém, eu não quero ser um mártir só para ter a “consciência limpa”. Sou um homem da história, o melhor homem que posso ser (VIVO), merecedor da família da qual o João fala, mas que ainda não pude dar prosseguimento. É preciso mesmo que se volte os olhos para mim mesmo, mas sem me cegar ingenuamente por não estar alerta para o que acontece no meu entorno, os fatos da sociedade em que vivo. Senão for assim, de que valerá a minha reflexão? Pensemos nisso, também.
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