AVALIAÇÃO DESSE MOMENTO DA GREVE.
Bom, gente, acho que, só o fato de colocarmos em discussão as formas de luta, um ganho dessa greve e o fato de podermos dar continuidade a essa discussão, muito bom.
Criei um grupo de discussões para esses assuntos e você pode pedir sua inscrição nos blogs da greve. Temos que avaliar bem o que ocorre:
Quanto a quadro, estamos entre a cruz e a caldeirinha:
1) O BAIXO ÍNDICE DE PARTICIPAÇÃO dessa classe, tanto na adoção dessa greve quanto na participação das atividades, algo extremamente sério. Não só por culpa desse sindicato, em razão da linguagem, ideologia, estratégias de luta e formas de arregimentação do público, mas porque a nossa classe assumiu uma postura que ignora e até desconhece sua imagem perante a sociedade. Quero dizer que, na atual conjuntura, o poder nos vê como trabalhadores comuns, cuja influência na formação da consciência crítica do público é inexpressiva. Ainda porque nossa participação quantitativamente quanto qualitativamente, nas greves demonstra essa alienação. O interessante que esse argumento serve tanto para defender quanto para condenar a continuidade da greve, já que a greve seria um instrumento até para forçar a necessidade dessa participação.
2) AS QUESTÕES QUE NOS LEVARAM À GREVE JÁ ERAM SÉRIAS, ainda mais agora, após nos ter sido negado por um Partido dos Trabalhadores o direito de greve. Só isso seria motivo suficiente para não voltar, mas temos outros igualmente graves e que devem ser avaliados: a situação das Educadoras Infantis, as mentiras que a PBH está disseminando, os problemas que estamos enfrentando nas escolas, o fato dessa prefeitura não negociar nem trabalhando (ele fingirão negociar, como agora estão fingindo que haviam negociado), etc.
O problema que se coloca é o de que, com o corte de salário, SE IREMOS DAR CONTA DE BANCAR A GREVE POR MAIS TEMPO e que outros instrumentos de luta teremos (que infelizmente não existem concretamente, pelo menos historicamente comprovados)para enfrentar essa tirania que se instalou na prefeitura. O atual quadro é igual ou pior que o das greves no período da ditadura. O quadro é realmente sombrio para as alternativas: encerrar, suspender e continuar o movimento. Se encerramos, a prefeitura irá fazer de tudo para cristalizar na consciência dessa população, as mentiras que vem disseminando, destruindo qualquer forma de luta e instituindo definitivamente a negação do direito à greve para nossa categoria. Acho que nessa conjuntura, PARAR É PIOR QUE CONTINUAR, JÁ QUE ESTARÍAMOS OBEDECENDO UMA DECISÃO JUDICIAL QUE NOS NEGA O DIREITO À GREVE. Assim, antes que o sindicato reverta essa decisão na justiça, pelo menos através de uma liminar,não podemos retornar.
O QUE FAZER, ENTÃO, NESSE PERÍODO?
Penso que sejam três os pontos a serem atacados nessa próxima semana:
A) Pensar FORMAS DE TRAZER OS COLEGAS PELO MENOS PARA AS MANIFESTAÇÕES que estão muito vazias.Para isso, acho que devemos abandonar alguns dogmas e formas de arregimentação, que esse sindicato (embora tenha ligações políticas bem tradicionais)já faz, só que deve fazer ainda mais. Um choque de Marketing, pois os motivos são mais que justos, o que falta é fazer com os colegas acreditem no movimento e tenham a garantia que não serão usados como massa de manobra em favor de uma política mesquinha eleitoreira. Então precisamos divulgar melhor esse movimento.
B) Trazer outras instituições, MAS INSTITUIÇÕES DE PESO POLÍTICO, bem conceituadas na esfera trabalhista e com certa FAMA (artistas e etc.), não só as populares,mas as que permitam abrir as portas da mídia para as nossas reivindicações e pensamentos. Se não entramos pela sala, entremos pela cozinha ou de mãos dadas com a filha do casal (hehehe). Senti falta da presença da PUC e da mídia alternativa, da imprensa marrom, na cobertura do julgamento da liminar na praça 7, que foi muito legal, apesar do discurso fraco da maior parte dos jurados e de não ter um mestre de cerimonial que parasse a população para ver o evento. Notei que, apesar de bem montado, foi mal apresentado à população, parecendo se tratar de uma reunião muito particular de um grupo distinto da população. É preciso ousar mais e fazer esse choque de comunicação. Daí o meu voto em se chamar a Pilar para aparecer lá. Quem sabe até um esquema tipo PÂNICO NA TV. Façamos uma paródia!
C) Usar de FORMAS DE DIVULGAÇÃO QUE POSSAM CHEGAR À POPULAÇÃO e contrapor às mentiras veiculadas e denunciar o descaso dessa prefeitura para com a educação. O discurso tem que abandonar o jargão trabalhista: internacional socialista e etc. Isso não atrai e nem chama a atenção de ninguém mais. Se precisar, coloquemos umas alunas dançando axé em roupa minúscula pra ajuntar uma massa e trazer a TV. Se a PBH faz, porque não podemos fazer!? Não precisa chegar a tanto, mas só pra ilustrar a idéia.
Woodson F. C. EMDO
5 Comments:
Caro Colega Woodson, já requisitei a inscrição no grupo de discussão espero aprovação. E que este espaço seja referendado pelo Sin-UTE, inclusive neste blog já havia pedido este espaço.
Olha gostei de sua análise em alguns aspectos e discordo da continuidade da greve, pois os número falam que ela perdeu o seu objetivo.
Com relação aula na Pça 7 podemos, mas antes, porque não trabalhar com os alunos na Escola. (Em vez de trabalhar os Projetos curriculares vamos trabalhar com o (projeto)material elaborado por nós ("Consciência de vida"), durante alguns dias e tendo como Cuminância a Pça 7, Pça da Assembléia, Parques e vários espaços públicos com a presença de vários alunos professores etc (Aula fora da Escola)Um manifesto de muita grandeza e participação nos três turnos durante alguns dias etc.
Vamos elaborar algumas aulas durante um período de tempo sem preocupar com o conteúdo regular...
e etc.
Vamos Discutir melhor....
Mas infelizmente os números não mentem com esta Greve não alcançaremos nada mais...
Abraçõs fraternos
Cícero Macêdo
Concordo com os colegas sobre a dificuldade de continuarmos a greve tendo em vista a baixa adesão desde o início e tbém pelo refluxo que se tem observado a cada semana.
Já havia proposto na escola onde trabalho um boicote às atividades organizadas pela Smed, dentre elas a Mostra Plural. Mesmo porque, observando-se raríssimas exceções, este evento é muito pouco pedagógico, ou seja, parece que nas escolas o que se faz é apenas dançar e cantar. Não estou dizendo que estas atividades não sejam importantes e não possam contribuir com o processo de construção do conhecimento. Penso que o ar festivo da Mostra Plural não mostra o que verdadeiramente acontece nas escolas, além de ocultar uma realidade que só vem a público na época da greve.
Acredito que, se fizéssemos com os (as) alunos (as) discussões e estudos sérios sobre os problemas desta cidade, a atuação da prefeitura e seu impacto na vida de cada um (a) teríamos farto material para mostrarmos além de contribuirmos com a formação dos (as) alunos (as) de forma consciente e crítica.
É isso. Abraços.
Somos da Escola MunicipalPedro Nva e os professores que aderiram ao movimento, já fizeram um projeto de retorno as aulas. Vamos discutir com os alunos e com a comunidade, sobre os efeitos do movimento, vamos trabalhar com algumas cartas do Blog usando a intertextualidade afim de conscientizá-los. Além de trazermos através da história, algumas biografias como Gandhi, Luther King, dentre outros que atuaram na mudança de paradigmas e concepção de direitos. Sugiro um trabalho de " formiga" aquelas que vão devagar e sempre. Somos Educadores e temos o poder da palavra. Vamos nos organizar e fazer sim aulas em espaços públicos, movimentos de abrangëncia e visibilidade na cidade.
Caro Woodson; entendo o ambiente atual mas não vejo sustentação para mantermos a greve. Temos colegas que comparecem a assembleia, votam a favor da greve, e voltam para as escolas para trabalhar. Não estou disposta a me expor ainda mais em um movimento sem a adesão real esperada.
Cícero, estou organizando as coisas, ser Webmaster não é fácil. No caso BlogMaster. Irei inscrevê-lo. Se não receber nada, procure inscrever-se no Mantenha-se em contato. Pessoal inscrevam-se!
http://diariodegreve.blogspot.com/2005/06/participe-do-nosso-grupo-de-discusso.html
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