sexta-feira, junho 30, 2006

Opinião - Jornal O Tempo - 30 de Junho de 2006

Onde estava a Constituição?

Modesta Trindade Theodoro

No último dia 3 de junho, foram publicados no “Diário Oficial do Município” alguns despachos da Corregedoria da Prefeitura de Belo Horizonte. Aproximadamente 60 professoras da educação infantil foram punidas por terem participado de greve.

A Corregedoria seguiu os trâmites legais. Recebeu as denúncias da Secretaria Municipal de Educação sobre uma situação que sempre foi resolvida no âmbito político. As denunciadas são mulheres, mães de família ou não, com grandes responsabilidades.

Elas se engajaram na luta conscientemente, e em prol do coletivo. Muitas foram “carimbadas” com suspensões, outras “fichadas” com repreensão.

Estranhou-me o fato porque professores em estágio probatório e “estáveis” são deslocados para participar de programas e projetos nas nove regionais, na Secretaria de Educação, na Presidência da República.

O artigo 54 da Lei Orgânica veda “ao servidor público desempenhar atividades que não sejam próprias ao cargo de que for titular, exceto quando ocupar cargo em comissão ou desempenhar função de confiança”.

Os cargos de confiança não abrangem todos os que estão fora das salas de aula, enquanto aqueles que efetivamente exercem o ofício não podem exercer um direito: o da greve. Ora, se a greve é um direito não regulamentado, todos deveriam ser punidos, ou não?

Por que punir apenas um grupo de professoras em estágio probatório, sendo que a greve foi deflagrada em uma assembléia repleta? Onde estavam a Constituição e os códigos para dizerem a quem puniu o que vem antes e depois?

Nesses momentos, lembro- me do sr. Luiz Dulci, hoje ministro, secretário-geral da Presidência da República, fazendo greve de fome em frente ao prédio que hoje abriga o prefeito, entre outros petistas e partidos ditos de esquerda.

Hoje, no Palácio do Planalto, greve para eles é sussurro, ou festa junina para encobrir os sussurros. Éramos tolas e não sabíamos.

Acredito que o autoritarismo exercido contra as professoras da educação Infantil em Belo Horizonte tenha um objetivo alarmante: coibir todas e quaisquer manifestações que possam advir da categoria, pouco a pouco, por setores.

Fiz parte da educação infantil por alguns anos e posso dizer que é uma etapa deveras importante para o crescimento dos cidadãos. Por qual motivo querem silenciar professoras politizadas que participam dos movimentos, justíssimos, em observância à obviedade da causa?

O PT joga no ralo sua história pregressa ao agir de tal forma com as professoras da educação infantil, e mostra a que veio. Deveria ter mostrado a face ignóbil do autoritarismo anteriormente. Dizem que cumprirão duramente as leis. Então, que continuem até chegarem a si mesmos.

Há uma lista imensa a cumprir. Vamos ao que está inconstitucional na educação: eleição para diretores de entidades (são comissionados); poucas, quase raras, orientadoras e pessoas especializadas para o atendimento de estudantes com necessidades educacionais especiais nas escolas municipais; não permissão para o pleno exercício da cidadania; não asseguramento do inciso V do artigo 6º da Constituição: “piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho” etc.

Alguém duvida de que os salários das professoras da educação infantil são infinitamente inferiores à complexidade de seu trabalho? Peçam a elas o contracheque e verão que não faltaram motivos para participarem de uma greve.

Faltaram, sim, motivos para excluí-las do processo de participação nas lutas da categoria. Faltou tratamento mais humano, sobrou o degradante. Onde estava a Constituição?

Professora aposentada, ex-sindicalista

quinta-feira, junho 29, 2006

Projeto 988 / 06

Foi aprovado em 29/06, 2º turno, o projeto 988/06 que " concede reajustes remuneratórios para os servidores públicos ocupantes de cargos públicos efetivos integrantes do Plano de Carreira da área de Atividades de Educação..." . O vereador "esqueci o nome" que havia apresentado as três emendas propostas pelo nosso sindicato as retirou ontem à noite, e não compareceu para votar. Endereço de pesquisa: www.pbh.gov.br . Clicar em Câmara Municipal, depois pesquisar Projeto 988/06. Sairá na íntegra, em pdf. Procure o seu nível e veja quanto vai perceber, provavelmente em agosto, retrativo a abril.O pessoal que "passou" na Avaliação de
Desempenho terá 5% a mais, porém sem retroatividade. Deveria, pois os três anos findaram-se em dezembro. E por falar em avaliação,em breve republicarão os BMs pois houve muitos erros. Ita est.
Modesta Trindade.

quarta-feira, junho 28, 2006

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO EM DEFESA DAORGANIZAÇÃO SINDICAL E DA LIVRE MANIFESTAÇÃO DOS TRABALHADORES

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO EM DEFESA DAORGANIZAÇÃO SINDICAL E DA LIVRE MANIFESTAÇÃO DOS TRABALHADORES. As entidades dos movimentos sociais abaixo relacionados vêm, através desta carta, manifestar sua indignação a despeito das atitudes tomadas pela atual administração municipal de BH dirigida pelo prefeito Sr. Fernando Pimentel do Partido dos Trabalhadores. No nosso entendimento há uma política deliberada pelo governo de atacar os movimentos sociais deste município. Esta política já havia se demonstrado desde o episódio de confronto entre polícia militar e perueiros em plena Praça Sete no ano de 2001; na seqüência dos anos, foram os camelôs os perseguidos e impedidos de desempenharem o seu trabalho nas ruas, único recurso para a sobrevivência dos mesmos. Agora, este mesmo governo que ousou enfrentar os trabalhadores perueiros e camelôs, resolve atacar a organização sindical dos servidores públicos desta cidade através de medidas autoritárias, contrariando um discurso em favor dos excluídos e de democracia participativa, muito pregado nos quatro cantos pelos dirigentes petistas. Destacamos de início o corte de pagamento de dias paralisados dos servidores em função da campanha salarial que realizam. Os servidores públicos desta cidade sempre mantiveram o compromisso com a prestação de serviço público com qualidade e nunca se furtaram à reposição de dias paralisados. Consideramos um absurdo que o prefeito Fernando Pimentel persiga 60 trabalhadoras da educação infantil com processos na Corregedoria do Município, pelo simples fato de terem participado da greve no ano de 2005. Essas trabalhadoras correm o risco de sofrerem punições que prejudicarão toda a sua vida funcional. Consideramos um abuso de poder da parte da Corregedoria do Município a demissão de um professor, ativista sindical e membro do Conselho Municipal de Educação, bem como dar suspensão a outras duas professoras, uma delas também do Conselho Municipal de Educação, de forma sumária. Esta postura da administração é para semear o medo no servidor, é para impedi-lo de se organizar e lutar pelos seus direitos que são duramente atacados. Não é uma política descontextualizada do cenário geral. Se não, vejamos: na cidade vizinha de Contagem, a prefeita Marília Campos, também petista e ex-sindicalista, recorreu à Justiça pedindo a ilegalidade da greve dos trabalhadores em educação e conseguiu o estabelecimento de uma multa de R$ 10.000,00 por dia de greve dos trabalhadores, a ser paga pela Subsede municipal do Sind-UTE Contagem. Vale lembrar que no ano de 2005 Pimentel também se utilizou desta prática na greve da educação. A essas iniciativas se somam a prisão de quase 500 integrantes do MLST – Movimento de Libertação dos Sem Terra – determinada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Aldo Rabelo, do PC do B, que se envolveram num conflito com a Segurança da Casa. Ainda hoje, 42 dirigentes do MLST permanecem presos e os demais responderão ao inquérito em liberdade. Mas o PT, não satisfeito em utilizar a Polícia e o Poder Judiciário para criminalizar as ações dos movimentos sindicais e populares, também em BH, encaminhou pelo Poder Executivo um projeto para a Câmara de Vereadores limitando as liberações dos dirigentes sindicais do funcionalismo público, tentando dessa forma tolher a organização dos sindicatos dos servidores. Ao mesmo tempo em que se negam a negociar democraticamente com os trabalhadores e suas entidades, promovem uma “mini-reforma” trabalhista, cortando direitos dos trabalhadores das micro e pequenas empresas através do projeto que cria o “Super Simples”. E avançam na reforma sindical, permitindo à CUT, enquanto central sindical legalizada, a intervir nas negociações trabalhistas, repassando-lhe recursos dos bolsos dos trabalhadores. Por fim, intervém diretamente nos sindicatos, dividindo suas bases territoriais e entregando parte dessa representação para sindicalistas alinhados ao governo. Nós, entidades dos movimentos sociais que subscrevemos esta carta, exigimos do Prefeito Fernando Pimentel respeito à organização sindical dos trabalhadores, principalmente dos servidores públicos desta cidade, pois são eles que a cada dia adoecem por estarem sujeitos à dupla e/ou tripla jornada de trabalho em conseqüência dos baixos salários; são eles que estão submetidos a todo o tipo de violência nos postos de saúde e nas escolas; e, finalmente, são eles, apesar de todos esses problemas e outros que enfrentam, os que carregam nas costas o compromisso com a qualidade da prestação dos serviços à população pobre desta cidade, pois os ricos não necessitam destes serviços. - Contra as punições de educadoras infantis! - Contra a política de perseguição a ativistas da educação via corregedoria! - Em defesa do direito de greve, de organização sindical e da livre manifestação dos trabalhadores. - Não à intervenção do Estado e à criminalização dos movimentos sociais pelos governos do PT. Belo Horizonte, 28 de junho de 2006 Assinam: CONLUTAS-MG, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Araxá, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Cambuí, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de São João Del Rey, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Extrema, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Divinópolis, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Governadores Valadares, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Itajubá e Paraisópolis, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Itaúna, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Itabira, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Lavras, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Ouro Preto, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Patos de Minas, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Pirapora, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Três Marias, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Várzea da Palma, Sindicato dos Trabalhadores da Industria Metalúrgica de Matozinhos, Federação Sindical Democrática dos Trabalhadores Metalúrgicos de Minas Gerais – FSDTM-MG, Sindicato dos Trabalhadores de Saúde de BETIM, Sindicato dos Trabalhadores Gráficos – MG, SINDEESS-BH, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Monte Carmelo, Sindicatos dos Ceramistas de Monte Carmelo, SINDEESS de Itajubá, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Três Pontas, SINDIFOGOS de Santo Antônio do Monte, SINDEESS – Divinópolis, Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Divinópolis - ATEMD, SINASEFE – Ouro Preto, DCE – UFMG, SINDIBEL, SINDREDEBH, SINTAPPI/MG, SINDUTE – Contagem, MTL, SINDIFISCO, Associação do Bairro Céu Azul – BH, CONLUTAS Sul de Minas, CONLUTAS Norte de Minas, CONLUTAS Centro Oeste, SINASEFE/SN, ANDES/SN, FENAFISCO, MNU/RJ, MTST/SP, MUST, Sind. Comerciários de Passo Fundo/RS, Sind. dos Comerciários de Sta Cruz do Sul/RS, Sind. dos Comerciários de Nova Iguaçu/RJ, SINTECT/RS, SINTECT/PE, Simpere – Recife – Pe, SINDIPETRO/AL-SE, Sindmetal SJC e região, SINTUNESP, ADMAP/SJC, SINDSCOPE/RJ, Sindserv Mauá, Sindserv Sto André, Sinserm Bauru, SINDBEL/BH, STIA/SJC, AGC – Campos do Jordão, Sindmetal Nova Friburgo, SINDIFISCO/MG, Sindicato dos Químicos de SJC, SEEB Bauru, SINTRAJUD/SP, SINPRO/Guarulhos, Assoc. de Func. Hospital Brigadeiro, D.A. FAFIL, SINTUSP, SINDSPREV/RJ, ADUSP, Minoria Sind. Metroviários de São Paulo, Minoria SINTECT Campinas, Oposição Apeoesp, Oposição SINTECT/DF, Oposição SINTECT/SP, Oposição Sindmetal de Ponta Grossa, Oposição SINDADOS/MG, Oposição Sind. Condutores Vale do Paraíba, Oposição Bancários/SP, Oposição SEPE/RJ, Grupo Oposição Metalúrgica SP, Oposição Sindmetal ABC, Oposição Sindmetal BH E Contagem, Oposição Sind. Municipais de Guarulhos, Oposição SINDSPREV/RS, Oposição SINPEEM/SP, Comitê Contra as Demissões na Volks, Coordenação Estadual/SC. Se você concorda com o conteúdo desta cartra, encaminhe moções para: Gabinete do Prefeito: Fernando Pimentel - PT Telefax: (31) 3224 3099 - e-mail: gabpref@pbh.gov.br Gabinete da Secretária de Educação: Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva telefax: (31) 3277 8601 - e-mail: smed@pbh.gov.br mpilar@pbh.gov.br Corregedor Geral do Município: Saulo Luiz Amaral Telefax: (31) 3277 5102 e-mail: saulo@pbh.gov.br Sind-REDE/BH Telefax: (31) 32263142 - e-mail: redebh@terra.com.br

domingo, junho 25, 2006

Correio Braziliense - 25/06/06

Voto nulo

Alguns leitores escrevem para “votar consciente, não anular”. Ora, desde quando votar nulo consiste em anular voto ou é fruto da inconsciência? Defensores do voto nulo são conscientes e comparecem às urnas para protestarem frente aos acontecimentos. Se pensarmos como alguns eleitores, não deveríamos votar em nenhum candidato a presidente além de Alckmin e Lula, pois eles estão à frente nas pesquisas. Caso confiemos nelas, por que votar nos detentores de 6%, 3%, 1% de votos? Seguindo essa linha xucra de raciocínio estaríamos também anulando. Querem fazer uma assepsia? É justo? Não há dialética que resista.
• Modesta Trindade Theodoro, Belo Horizonte (MG)

sábado, junho 24, 2006

Aprovação do Projeto em primeiro turno / Câmara de BH

" Magistério

A Câmara Municipal aprovou ainda, em primeiro turno, por 24 votos, o projeto de reajustes para os servidores da rede municipal de ensino. A líder de governo na Casa espera que o projeto seja aprovado, em segundo turno, até sexta-feira próxima, 30 de junho, último dia de reunião ordinária, antes do recesso parlamentar de julho.
Três emendas do vereador Valdivino (PTC) serão analisadas pelas comissões permanentes, na segunda e na terça-feiras, antes de ir a plenário. As emendas foram apresentadas a pedido do Sind-Rede (Sindicato dos Trabalhadores da Rede Municipal de Belo Horizonte).

Retroativo

Pela proposta do Executivo, haverá reajustes retroativos a abril deste ano para as seguintes categorias do magistério: 5% para professores, auxiliares e pedagogos; 8% para auxiliares de Biblioteca; e 10% para educadores infantis, que hoje recebem salário mensal bruto de R$ 501,00.
São cerca de 10 mil servidores na área da Educação da PBH. O projeto institui ainda um abono de R$ 800,00 para os professores (50% em agosto e o restante em janeiro de 2007) e de R$ 600,00 para os educadores infantis.".

quarta-feira, junho 21, 2006

Resultado da Avaliação de Desempenho (CLICA AQUI!)

Veja o seu BM no DOM de hoje -21/06/2006

GERÊNCIA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

RESULTADO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
CARREIRA DA EDUCAÇÃO
RESULTADO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Carreira da Educação

Quadro

Total de servidores--------------------------------12.968
Servidores avaliados para estabilidade----------------107
Servidores avaliados para diagnóstico ----------------2841
Servidores que fizeram jus à progressão--------------6.219
Gestores avaliados para progressão---------------------466
Servidores com direito à progressão automática:
mandato sindical----------------------------------------17
licença aperfeiçoamento---------------------------------52
Servidores não avaliados por excesso de faltas
em 1 ano ----------------------------------------------230
em 2 anos ----------------------------------------------76
em 3 anos ----------------------------------------------41
Servidores sem tempo necessário para avaliação ------1.344
Servidores em Licença sem vencimentos, a disposição e BM/DV congelado-------1.664

terça-feira, junho 20, 2006

PIMENTEL SERÁ DEMITIDO A BEM DO SERVIÇO PÚBLICO!!!

Pimentel tem que ser demitido. A Dona Pimenteia é presidente do Museu Abílio Barreto, portanto cargo de confiança do marido. Vejam o que reza o estatuto do servidor:

Art. 199 - A demissão e a rescisão contratual serão aplicadas nos seguintes casos:

XV - transgressão do disposto nos inciso X a XX do art. 184.


Art. 184 - É proibido ao servidor:

XIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente, por consangüinidade ou afinidade até o segundo grau;

lei 7169/96

Art. 199 - A demissão e a rescisão contratual serão aplicadas nos seguintes casos:
I - crime contra a administração pública;
II - abandono de cargo ou função;
III - desídia no desempenho das respectivas funções;
IV - ato de improbidade;
V - incontinência, má conduta ou mau procedimento;
VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa;
VIII - crimes contra a liberdade sexual e crime de corrupção de menores, em serviço ou na repartição;
IX - aplicação irregular de dinheiro público;
X - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo ou função, para lograr proveito próprio ou alheio;
XI - lesão aos cofres públicos;
XII - dilapidação do patrimônio público;
XIII - corrupção;
XIV - acumulação ilícita de cargo, emprego ou função pública, desde que provada a má-fé do servidor;
XV - transgressão do disposto nos inciso X a XX do art. 184.



Art. 184 - É proibido ao servidor:
I -
II -
III -
IV -
V -
VI -
VII -
VIII -
IX -
X - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
XI - praticar ato contra expressa disposição de lei ou deixar de praticá-lo, em descumprimento de dever funcional, em benefício próprio ou alheio;
XII - deixar de observar a lei, em prejuízo alheio ou da administração pública;
XIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente, por consangüinidade ou afinidade até o segundo grau;
XIV - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
XV - fazer contratos com o Poder Público, por si ou como representante de outrem;
XVI - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas, estabelecimentos ou instituições que tenham relações com o Poder Público, em matéria que se relacione com a seção em que estiver lotado;
XVII - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, de cônjuge ou companheiro;
XVIII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
XIX - praticar a usura em qualquer de suas formas;
XX - proceder de forma desidiosa.

Demissão e suspensões

PROCESSO Nº: 08.000078.01-36
SERVIDOR: KLAUSS ATHAYDE - BMs: 41.038-5 e 44.236-8
De acordo com o Relatório de Julgamento Disciplinar n.º 113/2006, aprovado pela 1ª Comissão Disciplinar Permanente, da Corregedoria-Geral do Município, fls. 570 a 585, aplico a penalidade de DEMISSÃO ao servidor KLAUSS ATHAYDE - BMs: 41.038-5 e 44.236-8, nos termos do art.199, da Lei 7.169/96" (DOM)

Copiei o trecho acima do Diário Oficial do Município de hoje. A demissão foi assinada pelo prefeito no dia 12/06/2006 e publicada hoje. O art. 199 da Lei supracitada tem quinze incisos. Impossível saber quais deles causaram a demissão
do Klaus.Inclusive, alguns incisos descambam para o crime. Antigamente, a Corregedoria alinhavava a parte legal. Não sei o que anda acontecendo. Junto ao Klaus há alguns outros nomes, porém trata-se de suspensão e não demissão. Talvez vocês conheçam alguns deles.
Modesta Trindade Theodoro - 20/06/2006

domingo, junho 18, 2006

Mexeu com minha companheira, meuxeu comigo! Pela liberdade de organização sindical

No último dia 03 de junho a corregedoria puniu 60 professoras da educaçao infantil (no cargo de educadoras) que fizeram greve no mês de maio do ano passado. Algumas dessas trabalhadoras sofreram suspensão de até 8 dias de trabalho substituída por multa de 50% da remuneração nesse período.

Essa sentença foi aplicada pelos corregedores a pedido da secretária Maria do Pilar. Essa atitude revela seu autoritarismo. A administração dessa prefeitura sequer respeita o direito de greve dos trabalhadores e usa mecanismos aplicados somente no período da ditadura militar.

Esses processos foram um ataque a toda nossa categoria. Não podemos deixar nossas companheiras serem punidas e perseguidas só para servir de consolo a essa prefeitura.

Com essa medida a PBH tenta intimidar parte da categoria que está em estágio probatório e minar todas as nossas tentativas de organização sindical. Essa Secretária é o verdadeiro bicho papão da educação infantil.Temos que reagir o mais rápido possível, temos que ter uma postura de ataque tão forte quanto esse golpe que nos foi aplicado.

Vamos lá, companheiros!

sábado, junho 17, 2006

Jornal Hoje em Dia - Tião Martins

O melhor prefeito do Iraque

O marketing político, que nos seus piores momentos não passa de fantasia servida a fregueses desatentos, acaba de manipular pesquisa informal, feita através da Internet, para enganar os eleitores de uma das maiores cidades do Iraque.
A fraude, além de vergonhosa, foi uma tentativa infantil de manipular informações e promover publicitariamente um político que só merecia o título de prefeito mais omisso da história do Iraque.
Além de omisso, irresponsável, por endossar tamanha falta de seriedade na condução dos negócios públicos.
A história foi mais ou menos assim: um assessor puxa-saco do alcaide de Bhashraq filiou-se a uma ONG londrina chamada City Mayors, que recebe inscrições de candidatos via internet e abre votação, sem qualquer controle, para quem quiser mandar e-mails aplaudindo prefeitos do mundo todo.
Não por coincidência, o autor da idéia é especialista em informática, trabalha na empresa de processamento de dados da Prefeitura de Bhashraq e controla potentes computadores, capazes de enviar milhares de mensagens ao mesmo tempo.
Traduzindo a trama: além de inscrever a candidatura do prefeito, ele próprio providenciou os votos no amado chefinho, que deve ter adorado a idéia de eleição assim tão simples e fácil.
Os dois certamente não se preocuparam com o detalhe de que utilizavam bens públicos em benefício pessoal e político, mas no Iraque, país da fantasia, detalhes são detalhes, nada mais que detalhes.
Da noite para o dia, o homem se tornou o melhor prefeito do Iraque.
O passo seguinte foi dar ciência aos eleitores desse reconhecimento internacional alcançado pelo alcaide, que nem precisou sair de casa para se tornar mundialmente famoso.
O partido ao qual pertence o nosso herói já não tem a boa fama de antes, pois se envolveu em tenebrosas transações, que chocaram os iraquianos. E, perdida a virgindade, que era só aparente, não teme perder mais nada. Guerra e guerra.
Só não se pode afirmar que o partido, endividado até as cuecas, também pagou as contas salgadas da campanha publicitária. Mas alguém pagou, pois publicitários não fazem coisas de graça para ninguém.
E também é certo que Bhashraq ficou coberta de grandes cartazes.
Há distraídos em todos os países, e os distraídos iraquianos engoliram a patranha inteira, acreditando piamente que o grande líder venceu uma eleição mundial, legítima e honesta. Aliás, essa é a única vantagem das farsas: alguém fica sempre feliz com elas, até descobrir que foi iludido. E aí a alegria se vai, mas já é tarde e Inês é morta.
Assim, o melhor prefeito do Iraque continuará deitado em berço esplêndido por mais um bom tempo, enquanto o seu povo tropeça em montanhas de lixo e morre de medo de sair de casa, pois a guerra está nas ruas, dia e noite.
Quem desconfiou da trama ainda alimentou o sonho de que o Ministério Público de Bhashraq investigasse a história, para saber se o doce alcaide ultrapassou certos limites, ao brincar com os computadores, mas nada aconteceu.
Como se vê, o Iraque - em plena temporada de explosão de bombas anda bem piorzinho que o Brasil. Aqui, jamais aconteceria coisa assim.

quinta-feira, junho 15, 2006

Jornal O Tempo - 9/6/2006

E a opinião dos estudantes?

Em meio ao turbilhão dos avanços tecnológicos que proporcionam leituras pela Internet, celulares, CD-ROMs etc, jornais, revistas e livros parecem obsoletos. Ainda assim é possível pensar acerca do que se lê desde que o texto não se afaste da busca da diversidade de situações.

O desconhecido, muitas vezes, resulta na obtenção do desejo, como aconteceu com a personagem Bárbara do conto homônimo de Murilo Rubião. Bárbara conheceu o oceano através de uma garrafa contendo um pouco da água e areia do mar.

Daí a necessidade da pluralidade de textos, que devem ser colocados à disposição para escolha. Leitura é o diálogo entre autor, texto e leitor, e começa com o aproximar-se do objeto utilizando-se da visão, do olfato, do tato, das ilustrações, dos títulos, do todo.

Recentemente, dois livros distribuídos pela Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte foram criticados pela forma como os autores abordaram os temas: violência e racismo, cultura afro-brasileira e guerra do tráfico. Os lados interessados trataram de se defender.

Uma das partes solicitando que os livros fossem recolhidos, como se isso fosse possível após a distribuição. A outra parte argumentando sobre a intenção de cada livro.

Os equívocos nessa controvérsia são, antes de tudo, os julgamentos feitos dos leitores. Estes foram escolhidos para receber os títulos. Não fizeram suas opções e, consequentemente, são colocados como passivos quanto à leitura.

Os estudantes não têm condições para avaliar veracidade, legitimidade ou verossimilhança? Não são capazes de fazer a crítica? Por que a escolha não pode partir deles?

Existem inúmeras formas de incentivo à leitura, e uma é o trabalho desenvolvido pelo professor, que cria oportunidades para o estudante selecionar o que deseja ler, na maioria das vezes, em bibliotecas.

Registre-se que muitos educadores, até o presente momento, não tiveram acesso aos livros que compõem os kits de literatura, a não ser pedindo emprestado aos estudantes, não podendo, portanto, proporcionar às classes troca de opiniões. É a partir de escolhas e motivações que se desenvolvem projetos pedagógicos.

Ler, em qualquer contexto, é pensar no que se lê, ouvir é pensar no que se ouve, ver é pensar no que se vê, estabelecendo-se o diálogo. Fica a péssima impressão, quando se trabalha numa linha inversa, de que seremos vítimas eternas de um mecanismo de manipulação e controle do nosso pensamento e da nossa voz.

Professor José Maria Theodoro

domingo, junho 11, 2006

Achei o texto (clica aqui)

Lembram do texto do artigo publicado aqui :
Trechos do artigo de um colunista da Folha de São paulo - Dia 4/6
pois achei o texto no qual ele se baseia:
Arquivo pdf ""Sem crescer não há saída" (clica aqui)

sexta-feira, junho 09, 2006

Precisa-se matéria prima, sim, mas VIVA E PULSANTE!!!! (última versão)

Pensando no que João Ubaldo escreveu em
"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País" (após ler prazerosamente sem me chatear) e lendo outros tantos artigos, estava aqui matutando sobre nossos problemas nas escolas. Vamos primeiro aos fatos:

Essa semana ou na passada (os acontecimentos se sucedem com tanta velocidade que não consigo mais fixá-los no tempo) um transeunte foi assaltado e agredido por um aluno da minha escola (de menor: uns 16 aninhos). A vítima teve sua cabeça rasgada e levou 40 pontos. Isso aconteceu no turno vespertino, horário em que o meliante deveria estar dentro da escola.O agressor foi pego em flagrante, foi solto e retornou à escola como se nada tivesse acontecido. É inimputável, segundo o ECA. Esse mesmo aluno já me ameaçou, não sei quantas vezes, muitas registradas, outras ignoradas. Por enquanto, ele só “ladra” e quando resolver morder será um abraço de urso. O “bom samaritano” passa a mão nas genitálias das meninas na nossa frente, vive levando coisas ilegais nas escolas (drogas, etc.), alicia vários outros, não permanece em sala de aula, etc. Só foi embora, no último dia, saltando o muro da escola, quando soube que estava jurado de morte pela turma de amigos daquele a quem agrediu. Já devolvemos ele, inúmeras vezes, ao Conselho Tutelar, ao Juiz, à Regional e eles sempre mandam de volta.

Apesar de lidar com o aluno acima, com o rigor que meu papel de professor e educador exige, eu duvido que ele se sinta hoje atraiçoado por mim. Ele bem sabe que fizemos tudo ao nosso alcance para fazê-lo mudar e fomos francos com ele. Há muito que ele sabe que o melhor a ser feito, é tirá-lo do nosso convívio e colocá-lo em um outro tipo de tutela que garanta sua integridade e as condições de se recuperar. Mas, esse lugar, não querem mais que exista e o pobre do aluno terá aguardar virtualmente recluso na escola o momento em que perceberá o quão falsa é a proteção de seus frágeis muros, e se não acontecer coisa ainda pior, terá o destino daqueles nossos alunos que, em 2004, foram barbaramente assassinados. Digo “ainda pior” porque ele já declarou que se for pego, não irá sozinho!!!!

Outro fato: o Gerente da nossa Regional reuniu-se com os professores do turno noturno que está perdendo alunos do ensino médio por não poder abrir mais turmas e pela má fama que a escola vem adquirindo por viver sufocada com a violência que “pipoca que nem estivesse em panela quente”. Ele ameaçou (sim, ameaçou !!!) fechar o turno noturno da escola, se esse não aceitar ser um local privilegiado que receberá grande parte dos alunos em liberdade vigiada da região. Em contrapartida, pela forçosa “livre espontânea” aquiescência de nossos docentes, a regional dispensará o mesmo tratamento e acompanhamento, especial, descrito acima. Um tratamento omisso e apócrifo que se tornou a característica mais marcante dessa administração petista.

É esse mesmo gerente quem me advertiu e descontou uma semana de salário, por eu ter ido ao Chile (com meu dinheiro) apresentar um trabalho meu em um congresso e em acordo com a escola (deixei material e só cometi o erro de não fazer o pedido ao colegiado e registrar em ata). Ele, na época, omitiu que eu tinha esse direito e negou que ele existisse, apesar de eu insistir, incrédulo. No ano seguinte fui a Bahia fazer a mesma coisa e por ter me garantido, nada me aconteceu. É ele quem me armou a arapuca para que eu saísse em novembro da dobra, sabendo de uma recente interpretação maldosa e de má fé do nosso estatuto, para que descontassem, mês a mês, o 13º salário que foi pago, segundo eles, indevidamente! Esse gerente é cúmplice de ambos assaltantes: do aluno menor infrator e da administração delinqüente do PT na PBH.

É assim que o Partido dos Traidores agem: uma vez no poder, mudam as regras. Negam até meus direitos. O que eles consideravam inalienável ou uma forma de reivindicação legítima, assegurada pela lei e constituição, agora é só papel que nada vale.

Contudo, faremos valer o que está nesse papel e, então, veremos até que ponto eles irão. Ainda se pode construir um regime jurídico sólido , João Ubaldo, porque existem pessoas íntegras. Não estou falando dessas que apenas posam como defensoras dos direitos dos “despossuídos”. Essas são petulantes, escondem sua incompetência, tomam atitudes sem o devido bom senso, razoabilidade e presença de espírito. Não sabem exercer, com discernimento, o cargo a elas confiado pela instituição, pois são obtusas, já que sua formação ética, moral, ideológica e até formal é completamente falha e viciada. São incapazes de formar um juízo independente e arrazoado dos fatos e das idéias. Submetem-se aos ditames e dogmas do partido para se protegerem, incapazes que são de argumentar e de estabelecer uma relação de convivência democrática com outras correntes e formas de pensar. Seu único objetivo é calar as correntes divergentes. Acabam por darem um tiro no pé, pois são essas divergências que permitem que o sistema se aperfeiçoe.

É por isso que a Escola Plural está insolvente. Para se defender do monstro que criaram, os gestores da SMED e regionais recuaram para antes de onde modelo começou. Estão acuados, exigindo, quando é interessante, que se cumpra apenas o tempo do aluno. A falta de professores, as reuniões indispensáveis para a solução dos problemas desse modelo de escola e a qualidade do ensino, também responsabilidade deles, nem entra mais nessa equação. Os técnicos do NAVFE não fazem um levantamento desses aspectos. Eles fazem as contas e fecham turmas e deixam os professores à disposição sem nada fazer. A escola que opta por buscar alguma qualidade, terá que fazê-lo voluntariamente, sem pagar seus profissionais, obrigando-os a trabalhar de graça, em hora extra, ou a preço de um abono insuficiente, indecente e ilegal.

É uma escola de faz de conta, senhor João Ubaldo, que pune quem faz, quem se indigna, quem pega o touro pelo chifre. Os Juízes, os administradores, os Conselhos Tutelares que não estão, minuto a minuto, ao vivo, lidando com o problema, nos julgam sumariamente, jogam de volta o problema e nos tiram a legitimidade e até mesmo a credibilidade para resolvê-lo. A escola tem autonomia só pra cumprir ordens.

Temos sim, de nos espelhar em nós mesmos, João, mas como fazê-lo se o espelho em que me miro é meu anverso, está em cacos, reflete uma imagem completamente distorcida de mim, professor. Quanta culpa ainda terei de carregar por ser o mais recente marginalizado dessa nova sociedade, excluído enquanto professor e educador!?

Só espero que o recente falecimento de meu pai, que me deu mais um anjo da guarda, traga apoio do além para operar mudanças nos que me cercam e também nos que me apunhalam. Ele me inspira e estou cada vez mais convicto da minha missão.

Porém, eu não quero ser um mártir só para ter a “consciência limpa”. Sou um homem da história, o melhor homem que posso ser (VIVO), merecedor da família da qual o João fala, mas que ainda não pude dar prosseguimento. É preciso mesmo que se volte os olhos para mim mesmo, mas sem me cegar ingenuamente por não estar alerta para o que acontece no meu entorno, os fatos da sociedade em que vivo. Senão for assim, de que valerá a minha reflexão? Pensemos nisso, também.

"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País"

De João Ubaldo Ribeiro

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique.Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a "ESPERTEZA" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ...e para eles mesmos. Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros. Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual
Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica. Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.
Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.
Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente sacaneados!!! É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.
Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro...... Somos nós os que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!!!!!"

JOÃO UBALDO RIBEIRO

quinta-feira, junho 08, 2006

A FARSA DO OITAVO OU DESVENDANDO O CÓDIGO (clica aqui!)

No Diário de Sobrevivência dos Professores

quarta-feira, junho 07, 2006

666 - Audiência Pública na Câmara

6/6/06 foi um dia fatídico. Talvez por ser um nº não muito bem visto: 666. A PBH evitou comparecer à audiência pública que discutiria o projeto da Educação a ser votado pela Câmara. Cerca de 500 pessoas se encontravam no Plenário Aminthas de Barros. Não houve audiência, apenas uma conversa informal, pois a primeira parte faltou. Acontece que a Secretaria Municipal de Educação já havia sido avisada há mais de dez dias, portanto feriu frontalmente a Lei Orgânica. A ilegalidade campeia. Só esperamos que a Câmara utilize das punições previstas em Lei. Se um@ professor/a comete um "erro" é imediatamente levad@ à Corregedoria. Não podemos aceitar diferentes pesos, diferentes medidas, pois até o momento ainda acreditamos que "todos somos iguais perante a Lei". Será?!

domingo, junho 04, 2006

Trechos do artigo de um colunista da Folha de São paulo - Dia 4/6

...os principais problemas do Brasil de hoje.
1 - No período de 1996 a 2005, a economia mundial cresceu 3,8% ao ano; o Brasil cresceu 2,2%.
2 - Nesse ritmo, o mundo dobrará a renda per capita em 30 anos; o Brasil levará cem anos.
3 - Entre 1995 e 2004, os países emergentes investiram cerca de 30% do PIB em atividades produtivas; o Brasil investiu 19%.
4 - O investimento público, que estava em 4% do PIB em 1970, já irrisório!, caiu para 0,5% em 2005.
5 - Nesse período, a carga tributária quase dobrou, chegando perto de 40% do PIB.
6 - Para crescer 3,5% ao ano, os investimentos em energia elétrica, petróleo, gás, telecomunicações e transporte teriam de ser de, no mínimo, US$ 27 bilhões por ano, enquanto, na realidade, não passam de US$ 14 bilhões.
7 - Dentre os 127 países estudados pelo "Program for International Student Assessement" (Pisa), o desempenho dos alunos brasileiros está em último lugar em matemática e penúltimo em ciências.
8 - Em pleno século 21, temos 16 milhões de analfabetos e, entre os que sabem ler, mais de 50% não entendem o que lêem.
Vários desses dados fazem parte de um artigo publicado na "Revista Indústria Brasileira" em abril de 2006, cujo título já diz tudo: "Sem crescer, não há saída". (<--- coloquei o link para o artigo em PDF aqui! Woodson)
...

sábado, junho 03, 2006

Tráfico fecha escolas - Hoje em Dia

Gabi Santos
Repórter

Mais de 2 mil estudantes de quatro escolas municipais da Zona Norte de Belo Horizonte ficaram sem aula, por causa de um ½toque de recolher” imposto por traficantes de drogas que dominam a região dos bairros Mantiqueira e Landi, em Venda Nova. Elas fecharam as portas entre a noite de quinta-feira e a manhã de ontem. Alguns comerciantes também não trabalharam ontem. As primeiras ameaças surgiram no começo da noite de quinta, quando um bandido que se identificou como ½Bebeto” telefonou para uma das escolas, avisando sobre um tiroteio que poderia acontecer nesses bairros e que, por isto, as escolas e parte do comércio da região deveriam fechar as portas. Leia toda a matéria no Hoje em Dia (clica aqui)
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